domingo, 27 de janeiro de 2008

O CÁLICE


Por que ajuízas com ironia,
Sobre as obscuridades do irmão que sobe dificilmente a montanha?

Quando atravessava a floresta,
O pobrezinho julgou que o Amado lhe falava à mente pela voz do trovão.
E lhe erigiu altares
Enfeitados de flechas.

Depois,
Quanto penetrou noutros círculos,
Acreditou que o Senhor pertencia somente ao seu grupo
E que as outras comunidades humanas eram condenadas...
Lutou, sofreu, feriu-se em dolorosas experiências.

O Amado, porém, jamais o deserdou por isso.
Deu-lhe novas forças,
Concedeu-lhe oportunidades diferentes.
Por vezes,
Buscou-o no fundo dos abismos,
Como pai carinhoso,
Em busca da criancinha abandonada.

De tempos em tempos,
Fê-lo dormir ao regaço,
Ao influxo do bendito esquecimento,
Para que o sol do trabalho lhe sorrisse outra vez.
Não observas em seu caminho áspero a tua própria história?

Não atormentes com palavras amargas o irmão que se eleva
Laboriosamente,
Dando ao mundo o que possuí de melhor.
Ama-o, faze-lhe o bem que possas.

Se já atingiste
Algum topo de colina,
Contempla as culminâncias que te aguardam
Entre as nuvens,
E estende as mãos fraternas
Àquele que ainda não pode ver o que já vês!!!
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ALMA EROS
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