sexta-feira, 11 de julho de 2008

O AMOR - PRÓPRIO


Desenovela-te do amor-próprio quanto antes.

Mau conselheiro, ele é a causa de incontáveis problemas que afligem as criaturas humanas.

Encarcera na vaidade e disfarça-se com desculpismos vis e acusações absurdas, gerando animosidade e desânimo.

Se observares uma contenda violenta, no amor-próprio ferido encontrarás a causa.

Na agressão malfadada detectarás com o amor-próprio vingativo.

Ante uma recusa à ação do bem defrontarás o amor-próprio insensível.

Pela boca da maledicência, que perturba a ordem e estimula a calúnia, faz-se ouvir o amor-próprio leviano ou magoado.

Um crime, uma ação perniciosa, um conflito entre pessoas, a falsa humildade, o abandono de tarefas, a perseguição sistemática são os efeitos inevitáveis do amor-próprio despeitado.

O amor-próprio somente realiza uma obra meritória quando colhe, de imediato, os louros, exigindo o reconhecimento geral e o comando da atividade com que se autopromove.

Após a realização, faz-se exigente, cobrando os juros altos do pequeno investimento.

Por qualquer motivo, afasta-se irritado, ou mesmo sem real motivo, atirando os petardos da ira mal contida e das recriminações insensatas.

Está sempre armado contra tudo e todos que o não aplaudam ou não aquieçam aos seus caprichos.

É imperfeição da natureza humana, que a todos cumpre superar.

Resiste aos propósitos sãos, porque se oculta para reaparecer sob outra modalidade.

Vigia esse perverso companheiro das tuas horas e exercita o amor fraternal, dando de ti e doando-te quanto possas.

Desalgemando-te dele, experimentarás euforia e otimismo, paz interior e alegria na vida, porquanto verás corretamente o mundo sem as lentes escuras que ele antepõe aos olhos da tua observação.

Atraído a ciladas, provocado pela mofa, criticado acremente, exposto ao ridículo, perseguido sistematicamente Jesus prosseguiu tranqüilo, porque o Seu era o amor aberto a todos, a todos oferecido como oportunidade dignificadora, demonstrando, desse modo, que os maiores adversários do homem estão nele próprio, cabendo-lhe, a esforço, torná-los amigos e colaboradores de seus sentimentos.
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Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco
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